FESTIVAL NETUNO PUNK ROCK 40+
Evento comemorativo e beneficente celebrou os 40 anos
da cena Punk Rock, o Jubileu de Prata da EUTHA e os 10 anos dos INSURGENTES.
Outdoor do evento - Arte: Johlen Teixeira
Foram 42 meses de
muito trabalho e energia empregada, entre a primeira submissão do projeto à Fundação Catarinense de Cultura e a
realização do primeiro show de punk/hardcore no palco do Teatro Ademir Rosa.
Som, luz, palco e projeção de primeira - Foto: Paulo Eduardo
A produção do
espetáculo foi de primeira linha, com som, luz, montagem de palco e projeção de vídeo impecáveis, assim como os shows belíssimos do CORAL
TAPÉ MIRIM, EUTHA, INSALUBRE, INSURGENTES e MACHETES.
Mas uma variável dessa
equação, mais uma vez em Florianópolis não contribuiu com o esforço coletivo de
muitas pessoas, entre técnicos, músicos e organizador que montaram o festival
com alta qualidade. Essa variável dissonante se chama público, que na cena underground local só vem prestigiando bandas
covers ou estabelecidas no mainstream.
Dos 160 presentes, 50 eram da equipe técnica, 80 convidados e apenas 30
pagantes. Nem o diferencial de doar 100% da bilheteria para uma camada da
sociedade, que vem a cada dia sendo cada vez mais vilipendiada pelo governo,
pelos empresários do agronegócio e em geral pela população branca, que
discrimina, oprime, usurpa e agride sem dó e nem piedade os povos ancestrais da
nossa nação; nem o conceito temático comemorativo de celebrar 40 anos da cena
punk rock mundial, nem o jubileu de prata da Eutha e uma década dos Insurgentes
na estrada e nem o bônus de um show alucinante dos Machetes, homenageando os Ramones
serviu de incentivo para as pessoas descolarem do sofá seus traseiros enraizados, mas tranquilo, pois esse foi o único fator não
positivo do festival, mas que mereceu este longo parágrafo, para marcar a total
apatia do público de Florianópolis.
Exposição de artesanato indígena - Foto Mariana di Lucia
As bandas EUTHA, INSALUBRE, INSURGENTES, MACHETES
(TRIBUTO RAMONES) e o CORAL TAPÉ
MIRIM (MBYÁ GUARANI) uniram
forças para promoverem esta celebração em benefício aos povos indígenas de SC,
já que 100% da bilheteria foi doada para esta comunidade, que com mais a doação
do merchandising dos Insurgentes, vendido no evento e mais algumas doações extras, gerando
o montante de R$760, já em poder dos indígenas.
Coral Tapé Mirim perfilando - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
Na abertura do
espetáculo, uma apresentação belíssima do CORAL
TAPÉ MIRIM (Tekoá Itaty - Morro dos Cavalos). Impressionante a firmeza e a
devoção das crianças e jovens indígenas, entoando seus cânticos e tocando os
seus instrumentos rítmicos e harmônicos, do fundo das suas Almas. Realmente a
apresentação Mbyá Guarani foi emocionante e inesquecível.
Linda apresentação do Coral Tapé Mirim - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
Em seguida subiu ao
palco a banda EUTHA, para comemorar
seu jubileu de prata (25 anos na cena underground da Grande Florianópolis) e
receber das mãos da mais jovem e querida punk da cidade (Kaka Ramone), uma
linda peça de arte produzida pelo Diego (Ferreiros da Arte), encomendada pela
NETUNO ROCK, para homenagear a conquista da banda mais antiga da cena.
Jubileu de Prata da Eutha - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
A EUTHA tocou com muita energia e determinação algumas músicas do seu
repertório autoral e alguns covers de bandas punks brasileiras, como CALIFALIZA, THE POWER OF BIRA e RESTOS
DE NADA.
Eutha com Mancha, Jean, Herax e Johnny - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
Ainda bem que as
estruturas do Teatro Ademir Rosa são bem arquitetadas, porque na sequencia o INSALUBRE detonou um set explosivo, com
muito entrosamento entre os músicos e uma verdadeira avalanche sonora.
Insalubre com Ricardo, Toro, Márcio e Murilo - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
Destaque para a brutal homenagem ao OLHO SECO, banda paulista da periferia e pioneira, que participou
em 1982, da primeira coletânea punk (Grito Suburbano) e do primeiro festival
punk (Começo do Fim do Mundo), considerados como marcos referenciais da cena
punk rock brasileira.
Insalubre incendiou o CIC - Foto Lígia Miranda (Ofuska)
Fim do primeiro ato e de bate pronto uma projeção maneiríssima,
sobre os 40 anos da cena punk rock mundial, encomendada pela NETUNO ROCK e produzida com talento
pelo profissional ANDRÉ AMORIM, uma
sequencia frenética de pinceladas marcantes da história do movimento Do it self...
Fomentando o conceito do
CIC 830, os INSURGENTES promoveram grandes encontros reunindo amigos músicos
convidados. Nicholas e Paulo se juntaram com o baterista Dudz Cunha (ZOIDZ), o vocalista e guitarrista Johlen Teixeira (MACHETES), o vocalista e guitarrista Giordano Cassini (AUTUMN
ISLAND) e com a participação de Kléber
Marques, baterista que vivenciou a cena paulistana, com passagens nas
bandas CPM 22, OZOME e BLIND PIGS.
Além de apresentarem quatro músicas próprias com Dudz na bateria, os INSURGENTES tocaram covers da BLIND PIGS, com Klebão (bateria) e Johlen (vocal)
e também a célebre American Jesus (BAD RELIGION), com Giordano (vocal) e Klebão
nas baquetas. Apesar de a banda passar por duas mudanças de formação, apenas há
40 dias do evento, os músicos reunidos conseguiram deixar o set tinindo, com muita raça e
camaradagem.
American Jesus com Giordano, Klebão e Insurgentes
Para fechar de forma espetacular o segundo ato do FESTIVAL NETUNO PUNK ROCK 40+, a banda MACHETES realizou um tributo insano aos RAMONES, tocando
pérolas da banda punk mais aclamada do planeta, como Rockway Beach, I
Wanna be Sedated, Sheena is a Punk Rocker, entre outras que levou os presentes ao delírio e marcou uma
apresentação sólida e impecável.
Machetes com Rodrigo, Johlen e Mariel - Foto: Lígia Miranda (Ofuska)
A coesão e energia do power trio, formado por Rodrigo (baixo e vocal), Johlen (guitarra e vocal) e Mariel (bateria) incendiaram o teatro
do CIC, realçando a performance da Mariel, considerada o grande destaque
do evento, indiscutivelmente foi o momento mais sensacional e enérgico do festival!
Todos os objetivos do
evento foram cumpridos a contento. Apesar da baixa arrecadação, o recurso
angariado associado à uma ação solidária em curso no Facebook, ajudará a
comunidade indígena de SC, pontualmente, na aquisição de um kit multimídia,
para premiar a escola indígena vencedora, no concurso educativo que vem rolando
para escolher a nova logomarca do CEPIn
(CONSELHO DOS POVOS INDÍGENAS DE SANTA CATARINA).
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS:
aos fotógrafos que
cobriram o festival com muita arte e maestria, LÍGIA (OFUSKA), RODRIGO (WEBRÁDIO FLORIPAROCK) e SOPHIA (ÁGUAS SUBTERRÂNEAS); ao RYOOLQ e sua equipe da CONCEPT SOM, que realizaram um
trabalho excelente na sonorização; aos técnicos do TEATRO ADEMIR ROSA (CÂNDIDO,
ANTÔNIO, CÁSSIO, CELSO E CARECA), que fizeram um trabalho exemplar de
montagem de palco, iluminação e projeção de vídeo, junto com o profissional de
cena, ANDRÉ AMORIM, que veio do Rio
de Janeiro para se integrar à briosa equipe técnica do evento; à equipe gestora
do CIC 830 GRANDES ENCONTROS (IVAN, EMANUEL E ANDRÉ), que não
pouparam esforços para a realização do festival; aos profissionais da
administração do teatro (KEYLA, GRACIE E
ISABELA), que sempre nos atenderam com simpatia e competência; ao DIEGO (FERREIROS DA ARTE), que fez um
belíssimo troféu para celebrarmos o jubileu de prata da EUTHA; a KAMILA (CORRETORA COELHO), que subvencionou o seguro do festival; ao JOHLEN TEIXEIRA (JTX), que criou e produziu as lindas peças de
divulgação do evento e ajudou de forma circunstancial para este evento
realmente acontecer; ao CEPIn (ÍRIS E
FABIANA), que se empenharam ao máximo para trazer o CORAL TAPÉ MIRIM e também apoiaram de forma geral à produção do
festival; ao CORAL TAPÉ MIRIM e a TEKOÁ ITATY pela presença e linda
apresentação; à SURF UP, que doou
recursos significativos em todo o processo de construção do evento; às bandas EUTHA, INSALUBRE, INSURGENTES e
MACHETES, que se apresentaram sem
cobrar cachê; ao GOVERNO DE SC, SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA, TURISMO E
ESPORTE e a FUNDAÇÃO CATARINENSE DE
CULTURA, pela oportunidade de mostrarmos nossa arte e praticarmos a
solidariedade em nome do entretenimento; ao KENNEDY RIBEIRO, da KR CUSTOM DRUMS e sua fantástica bateria que proporcionou uma sonoridade espetacular para os bateristas e evento; aos músicos NICHOLAS, DUDZ, KLEBER, JOHLEN e GIORDANO, que
encararam e superaram o desafio de apenas em quatro ensaios deixar tinindo o
repertório dos INSURGENTES e agradeço
do fundo da alma à esposa ANA CRISTINA
e aos filhos MARIANA, NICHOLAS e MATHEOS, pelo total apoio à nossa iniciativa. Agradeço à
MÃE NATUREZA por tudo ter se
sucedido em paz!
Os Curumins também não resistiram a maravilhosa bateria que a KR Custom Drums disponibilizou no backline do evento e que foi a alegria dos bateristas Dudz, Johnny, Mariel e Klebão, Avatar da cena underground brasileira, com anos e anos de bons serviços prestados à cena punk, na periferia de São Paulo.
O FESTIVAL NETUNO PUNK ROCK 40+ foi uma realização da NETUNO ROCK, em parceria com o CEPIn (Conselho Estadual dos Povos Indígenas de SC) e a FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA, que acolheu o evento no célebre programa cultural, CIC 830 GRANDES ENCONTROS.
Klebão sentou a ripa no festival - Foto: Ligia Miranda
O FESTIVAL NETUNO PUNK ROCK 40+ foi uma realização da NETUNO ROCK, em parceria com o CEPIn (Conselho Estadual dos Povos Indígenas de SC) e a FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA, que acolheu o evento no célebre programa cultural, CIC 830 GRANDES ENCONTROS.
Grandes Encontros, com Johlen, Klebão Nicholas e Paulão! Foto: Lígia Miranda (Ofuska)
NETUNO
ROCK
difunde o conceito de reunir arte, entretenimento e solidariedade a fim de
gerar benefícios para os socialmente vulneráveis.
O
CIC 830 é uma ação da FUNDAÇÃO CATARINENSE DE CULTURA, cuja
primeira edição foi realizada em março de 2014. Apresenta sempre em uma
quarta-feira do mês, às 20h30min, espetáculos coletivos de música, dança ou
teatro no palco do TEATRO ADEMIR ROSA,
no CENTRO INTEGRADO DE CULTURA (CIC),
em Florianópolis. O objetivo é realizar grandes mostras culturais mensais, com
artistas catarinenses oferecendo a infraestrutura necessária para a realização
a contento dos espetáculos.
Vídeo do Festival Netuno Punk Rock 40+
Imagens de celular: Bia Moura, Cristiano Passos e Naíra Zimmermann
Imagens de celular: Bia Moura, Cristiano Passos e Naíra Zimmermann
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