quinta-feira, 22 de dezembro de 2016

FESTIVAL NETUNO ROCK NOEL II 

Intercâmbio cultural entre roqueiros e artistas Guaranis arrecadou alimentos e brinquedos para os povos indígenas de Santa Catarina.




A quinta edição do festival começou com a linda e cativante apresentação do GRUPO DE CANTOS E DANÇAS MBYÁ GUARANI NHE'Ẽ AMBÁ, que é coordenado pelo Professor Marcelo Kuaray, composto por crianças e jovens da etnia Guarani, habitantes da ALDEIA TAVA’Í em Canelinha (SC).


A apresentação do grupo indígena encantou os presentes, em função da sua extrema pureza e por polarizar com muita harmonia e ao mesmo tempo, suavidade, beleza e força. Cantaram a religiosidade da etnia MBYÁ GUARANI e segundo sua crença, o canto é uma oração que atrai as energias necessárias para o momento presente e que NHANDERU ETÊ (Deus verdadeiro) envia esses cânticos diretamente para as crianças.

Na sequencia quatro bandas de peso, MARRETA, R.E.U.S. (Renegados, Excluídos, Ultrajantes e Sarcásticos), INSURGENTES, de Florianópolis e ANGER CULT (Jaraguá do Sul) subiram no palco da CÉLULA, para incendiarem o público presente com muita raça e musicalidade.

A MARRETA marretou sem piedade um hardcore de primeira qualidade, com muita energia. Uma banda nova no cenário, mas que parece que tem décadas de estrada e marcada por uma admirável crítica sociopolítica muito bem construída e fundamentada em fatos reais da sociedade mundial.


Sem pausa para respirar a banda R.E.U.S. (RENEGADOS, EXCLUÍDOS, ULTRAJANTES E SARCÁSTICOS) detonou seu set com muita originalidade e pauleira, que reflete ao mesmo tempo o peso do metal dos anos 70, mesclado com a fúria do thrash dos anos 80. Uma apresentação primorosa!


Na sequencia os anfitriões do festival subiram ao palco para implodirem o palco da Célula Showcase. Os INSURGENTES prosseguem sua jornada, organizando festivais beneficentes, para arrecadarem donativos para os povos indígenas de SC e também para agitar a cena underground da área.


Para fechar esta noite de gala, que celebrou o conceito de arte, diversão e solidariedade, lançado pela produtora cultural NETUNO ROCK, a banda ANGER CULT ligou a máquina do tempo, direto para os anos 80 (época de ouro da música pesada), para executar um thrash metal super competente e enérgico, com sessões rítmicas bem variadas, pesadas e sem firulas.


A técnica, maquinada pelo engenheiro de som Alexei Leão, como sempre estava impecável, as atrações artísticas estavam muito inspiradas e compareceu uma galera instigada, que teve a oportunidade de vivenciar na veia, o conceito arte, diversão e solidariedade. Durante o evento foi instalado um estande, para os indígenas exporem o seu criativo artesanato e o público pode adquirir cestas trançadas, maracás, bichinhos da fauna brasileira em madeira, acessórios e ainda CD’s do grupo musical indígena.

O público compareceu com seus donativos e recebemos duas doações bem significativas. Uma do Kainan Fernandes (produtor da Célula) e amigos, no valor de R$640,00 e outra da Lidiane Farias (designer de sobrancelhas), de R$650,00. Ambas as doações foram convertidas em alimentos e entregues para a produção do festival. A destinação dos 77 brinquedos, 293 kg de alimentos não perecíveis, 96 litros de leite e 40 frascos de óleo de soja, que foram arrecadados durante o FESTIVAL NETUNO ROCK NOEL II, aconteceu na semana seguinte e beneficiou 17 aldeias indígenas em SC.

Durante o evento, a ARRANHA CÉU PRODUTORA fez a captação de imagens de ação de três bandas presentes e do grupo musical indígena, para produzir videoclipes que depois serão publicados nas mídias sociais. O evento ainda contou com cobertura fotográfica (EVELISE OLIVEIRA FOTOGRAFIAS) e jornalística dos zines SILÊNCIO BRUTAL E SUBSOLO, da Webrádio FLORIPA ROCK e do jornal MIGUELITO.



Nossos agradecimentos ao coletivo que se envolveu e juntou ombros para propiciar uma pitada de alegria para os povos indígenas de SC, em especial a CÉLULA SHOW CASE e ao CEPIn SC, que sempre acreditaram no projeto.

Donativos do Festival Netuno Rock Noel II

O propósito da produtora cultural NETUNO ROCK é fomentar o cenário musical e autoral de Florianópolis, promovendo bandas emergentes de peso e realizando festivais beneficentes em parceria com o CEPIn SC.






sábado, 17 de dezembro de 2016

CÉLULA ENTREVISTA PAULO EDUARDO ANTUNES
(PRODUTOR CULTURAL DA NETUNO ROCK)


Célula: Olá Paulo, em primeiro lugar, parabéns pela iniciativa! Bom, você pode nos contar um pouco sobre a trajetória dos festivais? E como aconteceu o envolvimento com os povos indígenas?

Paulo: Iniciei essa saga de festivais beneficentes em 2010. Após a terceira edição procurei uma entidade que represente a causa indígena e cheguei ao CEPIn (Conselho dos Povos Indígenas de SC), aí formalizamos uma parceria com a Netuno Rock e fizemos a entrega formal pela primeira vez dos donativos arrecadados nesta 3a edição, que foram entregues nas mãos do Cacique Teófilo (Aldeia Tekoá Itaty - Morro dos Cavalos).

Paulo Eduardo (Netuno Rock) com Marcelo Kuaray, Cacique da Aldeia Tava'i", Conselheiro do CEPIn e Coordenador do Grupo de Cantos e Danças Mbyá Guarani Nhe'ẽ Ambá, que se apresentará no Festival Netuno Rock Noel em 18/12/2016.

Célula: E nas outras edições, mais comunidades foram procuradas?

Paulo: Na sequencia aconteceu uma plenária do CEPIn e ficou decidido que todas as doações vindouras dos festivais seriam repartidas irmãmente entre as 3 etnias existentes no estado de SC, que são a Guarani, Kaingang e Xokleng. Na edição de agosto e em outro festival que organizei em outubro, os donativos já foram distribuídos em partes iguais para cada uma dessas etnias.

Crianças indígenas da Aldeia Guarani Tekoá Itaty

Célula: É possível atender todos? Ou falta muito ainda?

Paulo: Infelizmente, não conseguimos atender todos. O conselho de cada etnia decide quais famílias, as mais socialmente fragilizadas, que receberão os donativos e assim aconteceu e também acontecerá nesta segunda edição de Natal e quinta da saga Netuno Rock.

Célula: Qual a situação que as aldeias se encontram?

Paulo: Hoje em dia as aldeias que tem terras cultiváveis, não possuem ferramentas, capacitação técnica e sementes crioulas para manterem uma cultura de subsistência, o que agrava mais ainda a problemática da fome, a situação está bem séria. Fora a questão da demarcação das terras indígenas, garantidas pela Carta Magna de 1988, que está sendo postergada por décadas!

Entrega dos donativos da edição de agosto de 2016 na Aldeia Guarani do Morro da Palha 

Célula: Em tempos de turbulência política, como que isso afeta as comunidades indígenas?

Paulo: A situação não só dos povos indígenas de SC, mas como do Brasil inteiro está muito caótica. Com a entrada desse novo governo, a maioria dos benefícios sociais destinados anteriormente aos indígenas, para combater a miséria e ao menos colocar um prato de comida na mesa deles foram minimizados ou até suprimidos, sem dó e nem piedade e assim o problema da FOME hoje em dia (fora as questões de invasões de terras indígenas, chacinas promovidas por latifundiários, não valorização da cultura indígena, choques culturais, discriminação étnica, etc...) é talvez o maior problema que as nações indígenas estão sofrendo, inclusive com registros de óbitos em muitas aldeias pelo Brasil, por falta do mínimo para a sua sobrevivência, uma situação muito séria e triste.

Cacique Teófilo assinando o recibo dos donativos da edição de março de 2016. 

Célula: Como que você encara os resultados que o festival leva, de fato, a essas pessoas?

Paulo: A gente não se ilude que uma mera sequencia de festivais mitigará os problemas indígenas. Apenas uma gota no oceano, das suas infinitas demandas, uma modesta contribuição, mas que vem oportunizando o envolvimento de mais pessoas na causa, que vem acontecendo em larga escala e também a valorização da cultura indígena, abrindo espaço para exposição da arte nativa e das apresentações musicais, fora a valiosa interação sociocultural entre indígenas e rockeiros.

Indígenas da Aldeia Tekoá Itaty recebendo os donativos da edição de março de 2016, com a Sra. Íris (secretária executiva do CEPIn), Ricardo (Insalubre) e Paulo (Netuno Rock & Insurgentes).

Entrevista realizada em 09/12/2016 por Kainan Fernandes, produtor da Célula Showcase.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

FESTIVAL NETUNO ROCK NOEL II

FESTIVAL NETUNO ROCK NOEL II
Bandas de peso unem forças com povos indígenas de SC para promoverem festival beneficente e arrecadarem brinquedos e alimentos para as aldeias.



O Rock’n’Roll e suas infinitas vertentes é uma manifestação cultural e artística, que vem desde o início dos anos 60 encantando as pessoas, das mais diversas idades e classes sociais, com sua mensagem simples e carismática, que diverte, emociona, liberta e transmuta conceitos.


A produtora NETUNO ROCK difunde o conceito de unir arte, diversão e solidariedade, fórmula eficaz para unir forças em prol dos socialmente fragilizados. Diversas iniciativas que usaram a música para subvencionar recursos fizeram história, como a clássica campanha “We are the world”.



O FESTIVAL NETUNO ROCK NOEL II é uma realização da NETUNO ROCK em parceria com o CEPIn (Conselho Estadual dos Povos Indígenas de SC). As bandas ANGER CULT, INSURGENTES, MARRETA e REUS e o GRUPO DE CANTOS E DANÇAS MBYÁ GUARANI NHE'Ẽ AMBÁ se apresentarão sem cobrança de cachê, para   juntos arrecadarem brinquedos e alimentos, que serão destinados no Natal para os povos indígenas de SC.



Será instalado no local um stand para expor e comercializar a arte indígena.
A proposta é fomentar a cultura jovem, promovendo talentos musicais emergentes de Florianópolis, realizando festivais musicais beneficentes, em parceria com o Conselho dos Povos Indígenas de Santa Catarina (CEPIn).
  








A banda ANGERCULT foi formada em 2013, caracterizada pelas suas composições próprias e a sonoridade autentica e pesada de um power trio de thrashers  jaraguaenses, combinando música veloz, técnicas e arranjos diferenciados, porém sem perder o peso e a brutalidade, com influência do thrash dos anos 80, em resumo, sem firula, som pesado, reto e agressivo.



Formação:
Otávio Azevedo: vocal e baixo
Marcos Dana: vocal e guitarra
Bruno Fe: bateria


Links:





Os INSURGENTES execram de forma sincera e contundente a omissão e a conformação da humanidade, frente todas as suas adversidades e seguem o seu destino com uma atitude isenta de radicalismos ou frescuras. Formada em 2006, a banda vem desde 2010 promovendo festivais beneficentes, em parceria com a Netuno Rock e o Conselho dos Povos Indígenas de SC.

Formação:
Paula Grimes: vocal
Marcelo Boratto: guitarra
Nicholas di Lucia: guitarra
Paulo Eduardo: baixo e vocal
Leonardo Martins: bateria


Links:




O R.E.U.S. (RENEGADOS EXCLUIDOS ULTRAJANTES SARCASTICOS) iniciou suas atividades como projeto em 2006 e depois de diversos shows realizados atingiu sua identidade como banda a partir de 2013. No ano seguinte definiu sua formação como um power trio e com o intuito de fortalecer a música autoral e transitando em todas as vertentes do METAL.
Formação:
Beltrão Brustoloni: vocal e baixo
Alexandre Linhares (Iron): guitarra
José Luiz (Zezão): bateria


Links:






Da roda do bar para o moshpit, assim nasceu a MARRETA criada em 2015. O resultado foi o combustível criativo para as músicas da banda que abordam o nosso panorama político, econômico, social e cultural.



Formação:
Felix Sebastian: vocal
Ricardo Rocha: guitarra

Cassiano Oliveira: baixo
Cassio Casarin: bateria








O GRUPO DE DANÇAS E CANTOS MBYÁ GUARANI NHE'Ẽ AMBÁ celebra a tradição indígena com apresentações musicais e coreográficas, apresentadas por jovens indígenas, coordenados pelo PROFESSOR MARCELO BENITE. O grupo lançou um CD, onde a religiosidade do povo Guarani é entoada. Segundo a sua crença o canto é uma oração recebida pelas crianças, que atrai as energias necessárias para o momento presente.


Formação:
Marcelo Benite “Kuaray Mirim”: coordenador, vocal e rabeca
Luciano Benite “Vherá Mirim”: vice coordenador, vocal e violão
Kiko Benite “Kuaray Papá”: mestre dos guerreiros (as)
Angelo, Camila, Celita, Cristina, Maico e Roger: vocalistas
Fabio da Silva “Kuaray Mirim”: tambor
Romário da Silva “Vherá Mirim”: maracá

                
                                          
REALIZAÇÃO


APOIO

 
Assessoria de Comunicação: Arquivo 17
Paulo Eduardo: (48) 99114-0986
arquivopaulo17@gmail.com